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// HISTÓRIA | ||
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A Biblioteca da Ajuda, que ocupa as actuais instalações desde Junho de 1880, é, na sua génese, a sucessora da Biblioteca Real ou Livraria Real, cujo primeiro núcleo terá sido organizado ainda no reinado de D. João I, tendo sido considerada “numerosa e admirável”, no tempo de D. João V. Acidentes do tempo e da história impõem, porém, que se situe uma nova formação da Biblioteca no reinado de D. José I quando, após o terramoto de 1755, se procedeu à sua reconstituição, através de compra de espólios de grandes casas senhoriais. Com a ida da família Real para o Brasil, na sequência das invasões francesas, foram também as livrarias do Rei e da Casa do Infantado, bem como a colecção de manuscritos da Coroa. Só esta última, no entanto, voltaria para Portugal, aquando do regresso de D. João VI, em 1821. Os cerca de 60000 mil volumes que permanecem no Rio de Janeiro viriam a dar origem à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. A Biblioteca Real, da qual não se conhece diploma de fundação ou funcionamento, com excepção para um regulamento interno do séc. XVII, foi sendo novamente refeita através de iniciativas várias de D. João VI e D. Miguel, que a dotou com Depósito legal e funções de arquivo e biblioteca em complemento da Imprensa Régia. Até à proclamação da República, gozava a situação privilegiada de ser administrada directamente pela Casa Real, subordinada exclusivamente à pessoa Real, com independência do Ministério do Reino. Os seus bibliotecários eram de nomeação Real, escolhidos, muitas vezes, de entre pessoas da sua inteira confiança como Alexandre Herculano, Magalhães Coutinho ou Ramalho Ortigão. O seu espólio foi sendo enriquecido com a integração de algumas livrarias particulares e de ordens religiosas entretanto extintas. Mais tarde procedeu-se à incorporação de alguma documentação proveniente de organismos públicos, nomeadamente do Ministério do Reino. De entre as livrarias integradas, encontram-se as seguintes: Dr. Nicolau Francisco Xavier da Silva; Conde de Redondo; Barbosa Machado; José Freire de Monterroio Mascarenhas; João da Mota e Silva o Cardeal da Mota; José Monteiro da Rocha; Pedro de Melo Breyner; Convento das Necessidades, da Congregação do Oratório de S. Filipe de Nery; Colégio dos Nobres; bispo inquisidor D. José Maria de Melo; D. Pedro V; D, Luís e D. Carlos. Existem, igualmente, catálogos de outras livrarias, o que faz supor que estas tenham sido igualmente integradas. Contam-se nessa situação, as de D. Carlota Joaquina de Bourbom, D. Maria Francisca Benedita, Cândido José Xavier Dias da Silva, Conde de Sampaio, Conde de Vila Flor, Conde de Castro Daire, D. Luís de Sousa, Francisco Maria Angelleli, Manuel Joaquim de Sá Braga, D. José da Silva Pessanha, Colégio de Santo Antão e Casa Professa de S. Roque, dos Jesuítas.
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